Dois são presos por suposto plano de ataque com bomba em show da Lady Gaga no Brasil

A polícia brasileira prendeu duas pessoas suspeitas de planejar um atentado com explosivos durante o show gratuito da Lady Gaga que aconteceu no último sábado, em Copacabana, Rio de Janeiro.
O evento foi o maior da carreira da cantora, atraindo cerca de 2,5 milhões de fãs para a famosa praia carioca, com multidões cantando, dançando e celebrando ao som de sucessos como “Born This Way”, que se tornou um hino da comunidade LGBTQ+.
Segundo Felipe Cury, secretário da Polícia Civil do Rio, os suspeitos teriam motivações ligadas ao ódio contra a comunidade LGBTQ+.
“Eles disseram claramente que planejavam um ataque no show da Lady Gaga motivado por orientação sexual,” afirmou Cury em coletiva de imprensa no domingo.
O chefe da Polícia Civil, Luiz Lima, explicou que o grupo espalhava discursos de ódio e conteúdos violentos na internet, tentando atrair seguidores — principalmente adolescentes e até crianças — com o objetivo de ganhar visibilidade e recrutar novos participantes.
Apesar das prisões terem ocorrido poucas horas antes do evento, o show aconteceu sem interrupções, o que fez algumas pessoas questionarem a gravidade real da ameaça. Normalmente, grandes eventos com riscos confirmados são cancelados — como ocorreu com os shows de Taylor Swift em Viena no ano passado.
A polícia explicou que optou por manter silêncio sobre o plano durante o evento para evitar pânico e distorções de informação.
Lady Gaga não foi informada
A equipe da Lady Gaga só soube do caso após ler reportagens na manhã seguinte.
“Durante todo o planejamento e execução do show, trabalhamos de perto com as autoridades e estávamos confiantes nas medidas de segurança tomadas,” disse a equipe da cantora em nota.
Mais de 5.200 policiais e militares foram mobilizados para garantir a segurança no show, reforçando a tranquilidade do evento, mesmo com a ameaça nos bastidores.
Prisões e investigações
Os dois suspeitos foram presos em diferentes estados:
Um homem, considerado líder do grupo, foi detido no Rio Grande do Sul, por posse ilegal de armas.
Um adolescente foi apreendido no Rio de Janeiro, por envolvimento com pornografia infantil.
A polícia não detalhou exatamente qual era o papel de cada um no plano, nem como chegaram a escolher o show da cantora como alvo.
Segundo as investigações, o grupo planejava ataques coordenados usando bombas caseiras e coquetéis molotov, e estava recrutando adolescentes pela internet.
O Ministério da Justiça informou que o grupo representava um risco à ordem pública e que tentava se passar por fãs da cantora — conhecidos como “Little Monsters” — para atrair jovens para redes com conteúdo violento e autodestrutivo.
Durante operações em 15 residências em diferentes estados, foram apreendidos celulares e outros dispositivos eletrônicos. Apesar das suspeitas sobre uso de explosivos, nenhum material explosivo foi encontrado até o momento.
Em uma das casas, em Macaé (RJ), um dos suspeitos teria dito que Lady Gaga era “satanista” e que sua motivação era religiosa.
“Um momento histórico”
Lady Gaga, em seu Instagram, agradeceu o carinho dos brasileiros — sem mencionar o suposto plano.
“Nada poderia me preparar para o que senti no show de ontem — orgulho e alegria absolutos por cantar para o povo do Brasil,” escreveu.
“A visão daquela multidão me tirou o fôlego. O coração de vocês brilha tanto, a cultura de vocês é vibrante e especial. Sou profundamente grata por ter vivido esse momento histórico com vocês.”
O show gratuito em Copacabana ganhou destaque global em meio a um cenário onde os preços de ingressos para shows ao redor do mundo estão cada vez mais altos, tornando essa apresentação ainda mais simbólica.