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Brasil Recupera Parte da Confiança dos Investidores, Mas Dívida Alta e Inflação Preocupam

Brasil Recupera Parte da Confiança dos Investidores, Mas Dívida Alta e Inflação Preocupam

Em 2025, o risco financeiro do Brasil caiu de forma significativa, facilitando o acesso do governo a empréstimos mais baratos no mercado internacional.

O indicador que mede esse risco, chamado Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, caiu de 214 pontos em janeiro para cerca de 150 pontos no fim de junho.

Essa queda representa uma melhora importante. Com isso, o Brasil conseguiu vender US$ 2,75 bilhões em títulos da dívida este ano, com uma demanda de investidores muito maior do que o valor ofertado.

Apesar disso, o risco do país ainda está acima dos níveis vistos antes da pandemia. No início de 2020, o CDS chegou a 92 pontos, e em maio de 2024, caiu para 99 pontos antes de voltar a subir.

Ou seja, há avanços, mas os investidores continuam cautelosos, pois os desafios econômicos ainda são sérios.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a dívida pública do Brasil chegue a 92% do PIB em 2025 — bem acima da média de países semelhantes. Isso significa que o governo está gastando uma grande parte do seu orçamento apenas para pagar juros da dívida — quase 8% de toda a economia.

O déficit nas contas públicas deve fechar o ano em 8,5% do PIB, resultado dos altos custos com juros e de um crescimento econômico ainda modesto.

A inflação também preocupa. Nos últimos 12 meses, os preços ao consumidor subiram 5,4%, ultrapassando a meta do Banco Central, que era de 4,5%.

Os alimentos foram os principais vilões. O preço da batata subiu 18,3% e o do tomate 14,3%.

Para tentar conter essa alta nos preços, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para 15% em junho — o maior nível desde 2006. Isso ajuda a controlar a inflação, mas também torna os financiamentos e empréstimos mais caros, o que pode desacelerar a economia.

De fato, o crescimento deve perder força em 2025. O governo prevê um avanço de 2,4%, mas muitos analistas acreditam que o número será mais próximo de 2,1%, abaixo dos 3,4% registrados no ano passado.

A boa notícia vem do agronegócio, que continua em alta. A safra de grãos deve bater recorde, chegando a 328,4 milhões de toneladas, incluindo 164,2 milhões de toneladas de soja.

Segundo o FMI, o Brasil precisa reformar suas regras fiscais e o sistema tributário para evitar que a dívida continue crescendo. Hoje, mais de 90% dos gastos públicos são obrigatórios, o que dá pouca margem de manobra caso a economia piore.

Em resumo:

O Brasil conseguiu melhorar sua imagem entre os investidores em 2025, mas ainda enfrenta sérios desafios com a dívida alta, inflação persistente e crescimento lento. O momento exige reformas estruturais para garantir um futuro mais equilibrado.

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